Autor: Luiz Mozzambani Neto
Editora: Mozzambani Editorial
ISBN: 978-85-65815-00-0
Páginas: 220
Tipo de capa: Brochura
Ano: 2012
Tema: racismo
Gênero: Romance
Lançamento previsto para dia 12 de novembro de 2012
Encomendas pelo e-mail cultura@mozzambani.com.br
Tratar diretamente com o autor
Projeto realizado com o apoio do Governo do Estado de São Paulo, Secretaria da Cultura, Programa de Ação Cultural 2010
Prefácio
“Sem dor.
Sem gritos.
Sem culpa.”
É neste tom de
vida acabada, mesmo antes de ter morrido, que Luiz Mozzambani Neto apresenta a
partida de Preta. Ela é retirada da história pelas mãos de João Manuel, de
forma trágica mas... indolor. Abre-se assim o caminho para conhecermos mais o
Branco e o Preto: os filhos da Preta.
Preta é
parideira de um inusitado 2 em 1. Oprimido e opressor dividem o mesmo país, a
mesma cidade, o mesmo bairro, a mesma casa, a mesma família e (aqui) até o
mesmo corpo. É a contradição levada ao extremo. Preto e Branco, sendo filhos
diferentes da mesma mãe, partilham o mesmo corpo, trocando de existência cada
vez que adormecem, só se encontrando nos sonhos. É neste formato dicotómico e
contraditório que se desenvolvem as vidas destes dois irmãos de um corpo só.
Nascidos em condições mais que análogas, é a tónica epidérmica que marca suas
vidas, uma com as oportunidades normais e legítimas e outra, vítima do
daltonismo humano que inflige o racismo na sociedade.
Atente-se quem pense que só de pigmentação
revolta trata Luiz. São também retratadas as relações laborais da 1ª metade do
séc. XX de um Brasil agrário, dividido pela côr mas também (e muito) pela
classe. Neste termo, o autor escolheu a côr com que mais se identifica e lhe é
particularmente próxima: a côr do trabalho.
A proximidade
com as colheitas, com pequenos sitiantes, camaradas e meeiros; só é possível a
quem escorre ideias provindas da Escola da Roça. É essa dimensão de vidas
sofridas e gastas pelo trabalho que Luiz Mozzambani Neto nos partilha sem
subterfúgios eufemísticos. Daí vem a dimensão interior, mais intimista, das
personagens. A angústia e a alegria, o amor e o ódio, o sexo e o pudor; estão
sempre presentes, contados de dentro para fora, das pessoas para uma vida cruel
que se recusa a ser conquistada.
São trajetos
contados por quem faz das letras o seu Sítio e da Roça a sua literatura.
Rui Abreu
Cientista Político
Universidade Nova de Lisboa
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